Pouquíssimos brasileiros tiveram acesso ou souberam da notícia da viagem, sem muito alarde e que durou apenas 24 horas, que o ex-chanceler Celso Amorim, hoje chefe da assessoria especial do presidente Lula, fez à Venezuela, no último dia 8 de março.

Amorim esteve em Caracas para uma reunião com o ditador venezuelano Nicolás Maduro para “acentuar relações”.

O que interessa para o Brasil se aproximar de um país que assiste o seu próprio povo passar fome? O que interessa para o Brasil ter relações diplomáticas com um país que desrespeita os direitos humanos, persegue opositores e censura imprensa e redes sociais? O que interessa para o Brasil ter relação com um governo que tem intimidade com o narcotráfico? O que interessa para o Brasil ter relações diplomáticas com um governo que assistiu o maior êxodo humano da história da América Latina?

O “É PAPO FIRME” só ficou sabendo da visita do representante do governo brasileiro ao ditador venezuelano por causa de uma entrevista concedida pelo senador Izalci Lucas (PSDB/DF) à Globo News, na qual o parlamentar cobrava mais transparência do governo Lula. Izalci salientou que uma aproximação só valeria a pena se fosse para cobrar a enorme dívida que a Venezuela tem com o Brasil.

É muito preocupante a reaproximação amigável do Brasil com a ditadura venezuelana. O mais preocupante ainda é a declaração do Celso Amorim após a visita ao Palácio de Miraflores. “Em 20 anos de contato com o país, nunca vi um clima tão grande de incentivo à democracia”, disse Amorim. É muito grave! Não há nenhum “incentivo à democracia ” na Venezuela.

É importante lembrar que a Assembleia Nacional Venezuelana (AN, Parlamento), de maioria chavista, aprovou por unanimidade a nomeação de Manuel Vadell como embaixador no Brasil em fevereiro, depois que o governo brasileiro lhe concedeu credenciais diplomáticas.

Nenhum interesse econômico ou geopolítico pode fazer com que o Brasil flexibilize sua posição em relação à democracia para se aproximar da Venezuela. O governo brasileiro precisa cobrar de Nicolás Maduro postura, comportamento e ações que possam viabilizar, de fato, uma verdadeira e democratica aproximação.

Hoje, Nicolás Maduro é um ditador de esquerda consolidado e não dá indícios que vai abrir mão de controlar com “mão de ferro” a Venezuela.

(Texto de autoria do jornalista, radialista e historiador Luciano Lima)

Fonte: Radio Federal

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