Servidoras que atuam ou atuaram como voluntárias compartilham o impacto da experiência dentro e fora das salas de aula
A qualidade da educação pública é construída com a colaboração de muitos profissionais dedicados. No Distrito Federal, os Educadores Sociais Voluntários (ESV) desempenham papel fundamental nesse processo, transformando a vida de estudantes com dedicação e afeto. Instituído pela Lei Distrital nº 6.871 de 2021, o Dia do Educador Social Voluntário, celebrado nesta segunda-feira (28), homenageia esses profissionais que fazem a diferença nas escolas.
Exemplos desse trabalho são Kryssia Keller e Renata Santos, que atuam no apoio a alunos com necessidades especiais na Escola Classe (EC) 03 da Estrutural. Ambas destacam o impacto positivo do trabalho voluntário na vida dos estudantes e na própria trajetória pessoal.
A pedagoga Kryssia, de 30 anos, encontrou no voluntariado uma nova motivação para retornar à sala de aula. “Estava parada cuidando dos meus filhos e queria voltar, mas não sabia como. Vi uma propaganda, me inscrevi e deu certo”, conta. Já Renata, formada em gastronomia, trocou a oficina mecânica pela educação. “É um trabalho que exige paciência e atenção, é apaixonante. Nem todos têm preparo ou coração para isso, mas eu me encontrei aqui”, relata.
Na EC 03, onde estudam 430 alunos — 70 deles com necessidades especiais —, a atuação dos ESVs é essencial. Segundo a diretora Lucélia Abreu, “sem esses profissionais, seria impossível garantir o atendimento de qualidade que oferecemos”. Ela ressalta o vínculo afetivo que os educadores voluntários criam com as crianças e suas famílias.
De voluntária a servidora pública
A jornalista Thays de Oliveira é outro exemplo inspirador. Em 2024, ela iniciou sua jornada como ESV na Escola Classe 209 da Asa Sul e, pouco tempo depois, foi aprovada em concurso público da Secretaria de Educação do DF. Thays relembra: “Entrei para complementar a renda, mas a experiência foi muito além. Aprendi a lidar com estudantes com necessidades especiais e amadureci profissionalmente”.
Rede pública reforçada por ESVs
Atualmente, cerca de 7.300 educadores sociais voluntários atuam nas escolas das 14 Coordenações Regionais de Ensino (CREs) do DF, sob orientação das equipes gestoras. Eles prestam suporte a estudantes com deficiência, TEA e necessidades de integração cultural, além de auxiliar em atividades de educação integral.
Diante da crescente demanda, a Secretaria de Educação já solicitou a ampliação do limite atual para incluir mais mil vagas. “O trabalho dos ESVs é essencial para a inclusão e o bom funcionamento das nossas escolas”, afirma Carlos Ney, chefe da Unidade de Apoio às Coordenações Regionais de Ensino (Unicre).
De: Redação / Fonte: Agência Brasília / Foto: Jotta Casttro/SEEDF