Os romanos já diziam que a esperança da colheita está na semeadura.
“Semeando bem haverá colheita. Semeando errado, não haverá futuro”. Aqui no Distrito Federal vivem trabalhadores, trabalhadoras, profissionais e servidores públicos de excelência que lutaram e venceram os desafios de fazer de Brasília a capital de todos os brasileiros. Para a semeadura foi necessário conquistar a autonomia política e, em seguida, o Fundo Constitucional do DF que garante os recursos para as áreas de Segurança, Saúde e Educação. Se no começo vivíamos de pires na mão, após o reconhecimento da importância de nossa capital, o périplo constante e humilhante em busca de recursos junto ao governo federal deixou de existir e passamos a semear bem e colocar Brasília em seu merecido lugar de destaque, de capital do país.
No início éramos governados por gestores indicados pelo presidente da República e representados em uma Comissão no Congresso por senadores de outros estados que não tinham tempo, vontade ou sequer interesse pela nossa capital. Não se reuniam, não acolhiam as demandas, não decidiam. E como não tínhamos representantes no Congresso Nacional a cidade ficava a mercê da boa vontade dessa comissão.
O governador indicado trazia uma equipe de fora da cidade que não tinha conhecimento dos problemas locais e nem vínculos políticos, assim, os projetos quase nunca eram concluídos, embora a cidade continuasse a receber novos habitantes vindos de várias regiões do país. Os recursos transferidos pela união não eram suficientes para financiar os serviços públicos essenciais. O descaso e a falta de voz passaram a incomodar a população e, a partir dos anos 80, com os ventos da democracia, foi dada a largada pela autonomia. Sindicatos, associações, movimentos estudantis e, sobretudo entidades de classe capitaneadas pela Associação Comercial do DF (ACDF) se uniram pela causa e já em 1988 tivemos nossos representantes na elaboração da nova Constituição Federal. Nas eleições seguintes, elegemos o nosso governador e, a partir dali a população representada em todos os níveis pode lutar por direitos e melhores condições de vida na capital do país.
É bom sempre lembrar que a luta pela autonomia do DF resultou no primeiro comício público ainda durante o regime militar, no ano de 1981, na Praça dos Artistas no Setor Comercial Sul, com a presença dos Deputados Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, além de Luís Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola. Após esse comício e em seguida a campanha das Diretas Já, manifestações e comícios foram se espalhando pelo país e contagiando os brasileiros em cada canto. Em 1982 a nossa capital já simbolizava o apelo e a vontade pela redemocratização do país.
Entretanto, após as manifestações ocorridas no último dia 8 de janeiro aproveitaram-se da tragédia para eleger a capital como vilã e tentar retirar seus diretos conquistados democraticamente com muita luta e trabalho daqueles que para cá vieram em busca de melhores dias. Para se destruir um povo, primeiro tira-se seu sustento e, assim, debilitado ele perde a voz. Por isso, o primeiro ataque teve como alvo o Fundo Constitucional do DF que representa pouco mais de 40% do orçamento da capital e é fundamental para financiar os serviços públicos essenciais. Neste ano, a estimativa de arrecadação da receita própria de Brasília é de R$ 34,39 bilhões. Já o repasse do Fundo Constitucional do DF (FCDF) será de R$ 22,97 bilhões, totalizando assim um Orçamento de R$ 57,36 bilhões para o DF.
Brasília é a capital do país e sempre foi local de grandes manifestações. Mesmo assim, a nossa segurança pública sempre se mostrou preparada para a manutenção da ordem. Temos a polícia mais preparada do Brasil e o que aconteceu no último domingo (8) foi uma exceção. Não podemos deixar que usem esse fato que sabemos o tamanho e o prejuízo para tirar de nossa capital as conquistas e os direitos adquiridos a duras penas. Temos consciência das falhas e dos erros cometidos nesse triste episódio, mas a população não pode e nem vai pagar por aquilo que não tem culpa.
Sabemos e temos a consciência de que o dinheiro público é escasso e precioso. Mas não se pode usar a vontade de culpar alguns para vilipendiar Brasília, capital de todos os brasileiros, símbolo de nossa nação.
Brasília, sede dos três poderes da República e hospedeira das embaixadas e de representações de nações, bem como sua população de mais de quatro milhões de cidadãos e cidadãs que vivem e trabalham no DF e entorno não abrirão mão de seus direitos tão duramente conquistados. Não abriremos mão de nossa semeadura. Semeamos bem e assim o faremos para sempre haver futuro.
(*) Izalci Lucas é senador da República e líder do PSDB/DF no Senado Federal
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