Em entrevista à Rolling Stone EUA na década de 1970, o artista falou sobre música e cinema
Em 1975, David Bowie lançou o álbum Young Americans e começou a trabalhar no próximo disco, Station to Station, alguns meses depois. Aos 28 anos, o artista já tinha lançado alguns dos trabalhos mais clássicos e celebrados da carreira, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972) e Aladdin Sane (1973). Apesar disso, o artista não gostava muito desses trabalhos.
Em entrevista à Rolling Stone EUA, concedida em novembro daquele ano, Bowie demonstrava animação com o novo álbum. “Nunca estive tão feliz. Recuperei o bom e velho‘[sentimento de] ‘Vou mudar o mundo’”, comentou. “Eu tive isso uma vez. Já fui um forte idealista, então vi todos os meus esforços sendo mal interpretados. Tornei-me um pessimista ávido. Um maníaco-depressivo. Agora me sinto forte mentalmente novamente”.
“Você provavelmente pode ouvir de Young Americans que estou em uma subida. É o primeiro álbum de que realmente gosto desde Hunky Dory”, revelou Bowie. “Basicamente, não gosto muito da música que fiz nos últimos anos. Esqueci que não sou músico e nunca fui. Sempre quis ser um diretor de cinema, então, inconscientemente, os dois meios se fundiram. Eu estava tentando colocar conceitos cinematográficos em uma encenação de áudio. Não funciona.”
Na época, Bowie tinha gravado o filme O Homem Que Caiu na Terra, adaptação do livro de Walter Tevis, e tinha grandes planos para os próprios roteiros. Segundo Bowie, o personagem Ziggy Stardust surgiu por “curiosidade” sobre ser um rockstar. Então, o artista escreveu um roteiro para o álbum e as apresentações ao vivo.
Larissa Catharine Oliveira | @whosanniecarol | rollingsttone.uol.com.br