Instituto atendeu mais de 1,1 mil pessoas em situação de rua a verificou a necessidade de atenção especial ao público LGBTQIA+

Com o objetivo de realizar atendimento psicossocial para o público LGBTQIA+, o Instituto Tocar abriu o canal de Whatsapp Tocar&Propósito LGBTQUIA+ para ouvir essas pessoas e transformar as sugestões em ação. O foco é atuar com cidadãos que tiveram a condição de rua advinda da ruptura do elo familiar motivada pelo preconceito homofóbico e seus efeitos.

É possível mandar sugestões de 7 a 13 fevereiro. De maneira prática, essas proposições vão nortear ações para atender individualmente e em grupo um total de até 100 indivíduos LGBTQIA+. Além disso, criar canal de atendimento às famílias com o intuito de reconstrução de laços afetivos e criar canal de apoio, debates e divulgação de ações de combate a violência, preconceito e a homofobia intrafamiliar.

“A ideia veio pela preocupação de alinhar as ações do instituto com a real necessidade latente do público atendido. Mas, para isso, dando voz a eles mesmos, beneficiados. Facilita que as demandas existentes sejam cuidadas a contento”, explica a presidente do Tocar, Regina Almeida.

Como a iniciativa surgiu
Em 2020, o Instituto Tocar, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social do GDF do Distrito Federal, realizou trabalho em caráter emergencial de proteção à população em situação de rua com a criação do Alojamento Provisório do Autódromo, em resposta às demandas oriundas da pandemia Covid-19. Foram acolhidos mais de 1,1 mil adultos do sexo masculino, entre 18 a 72 anos.

Nesse contexto, foram identificadas muitas pessoas que se declararam LGBTQIA+, onde foram catalogados relatos de preconceito e abandono por conta da orientação sexual. “A ideia é responder uma demanda urgente. Ficamos sensíveis ao apelo de acolhidos e várias articulações foram estabelecidas para agregar acolhimento e outros serviços”, destaca Ciro Sampaio, psicólogo e coordenador do grupo Tocar & Propósitos LGBTQIA+.

Especialistas destacam que a população LGBTQI+ a situação de rua ainda é mais agravante, pois os principais dilemas sofridos provêm da sua condição de desvantagem em um sistema capitalista de desigualdades, onde o preconceito, o desemprego, a violência e a pobreza são considerados exemplos das expressões da questão social na contemporaneidade.

Nesse contexto, com uma equipe formada por assistentes sociais, psicólogos, advogados e demais profissionais que possam cumprir a soma de um olhar multiprofissional para esse público, o Instituto Tocar, através destas ações, visa realizar atendimento contínuo com vistas a estimular debates e construção de políticas públicas exclusivas e sensíveis a essas demandas.

Uma voz que foi ouvida
O amazonense Itamar Nunes, de 59 anos, foi um dos acolhidos no Alojamento Provisório do Autódromo, onde ficou por sete meses após passar dias na rua. Curado de um tumor no cérebro, hoje ele pensa em retomar a vida depois de dias muito difíceis. “Eu fazia tratamento no Hospital de Base e voltava para o alojamento. Lá eu encontrei todo o apoio e acolhimento necessário”, conta.

“Eu sou LGBTQIA+ e sempre sofri muito preconceito, como se não bastasse toda dificuldade da minha doença. Porém, a equipe abriu um espaço de fala para mim, tanto que me tornei um dos líderes dos alojados naquele local”, completa.

Whatsapp Tocar&Propósito LGBTQUIA+
98172-1901
Link: https://chat.whatsapp.com/DSWoSeiQgdjJx8uau9VYAa

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