Pesquisadores enfrentam desafios para seguir os sinais e desvendar a origem dessas misteriosas explosões cósmicas

Dois telescópios da NASA conseguiram captar a criação de misteriosos sinais de rádio vindos do espaço. As ondas, dessa vez, foram originadas em uma estrela morta.

  • O acontecimento é chamado de “explosão rápida de rádio“. Apesar de durar apenas alguns segundos, pode emitir tanta energia quanto o Sol em um ano inteiro. Além disso, a explosão de luz forma um feixe semelhante a um laser.

Dando mais detalhes, a explosão mais recente teve origem em um magnetar – restos colapsados de uma estrela que explodiu – chamado “SGR 1935+2154“. Em 2022, o mesmo objeto já havia produzido ondas de rádio, mas esses foram observados apenas pela visão periférica de telescópios espaciais de alta energia.

Os instrumentos da NASA observaram o magnetar durante horas, antes e depois da rápida explosão de rádio. Tudo ocorreu entre duas “falhas”, quando o alvo começou a girar mais lentamente. A mudança de velocidade, seja para mais ou menos, demanda uma quantidade significativa de energia.

Além disso, a desaceleração aconteceu durante apenas nove horas — período 100 vezes mais curto do que já foi observado num magnetar na história. Como explica Chin-Ping Hu, astrofísico da Universidade Nacional de Educação de Changhua, em Taiwan, e principal autor do novo estudo:

“Normalmente, quando ocorrem falhas, o magnetar leva semanas ou meses para voltar à velocidade normal. É evidente que processos estão acontecendo nesses objetos em escalas de tempo muito mais curtas do que pensávamos anteriormente. E isso pode estar relacionado com a rapidez com que as explosões de rádio são geradas.”

Como as explosões de rádio são muito velozes, os pesquisadores frequentemente têm dificuldade para seguir os sinais e entender suas origens. Em 2020, por exemplo, estrondos foram captados de fora da Via Láctea.

Agora que um desses pode ser observado em tempo real e em localização “próxima”, o entendimento sobre tais fenômenos poderá progredir. Existem vários fatores a serem considerados, como a volatilidade da superfície dos magnetares, que libera rajadas de raios X e luz com ondas de maior energia. Uma segunda opção forte é a dessincronia entre o exterior sólido e a alta densidade interior do objeto “SGR 1935+2154”.

Como descrito na publicação do Jet Propulsion Laboratory, do Instituto de Tecnologia da Califórnia:

“Se a falha inicial causou uma rachadura na superfície do magnetar, pode ter liberado material do interior da estrela para o espaço, como uma erupção vulcânica. A perda de massa faz com que os objetos giratórios desacelerem, então os pesquisadores acham que isso poderia explicar a rápida desaceleração do magnetar. […] Inquestionavelmente, observamos algo importante para a nossa compreensão das explosões rápidas de rádio. Mas ainda precisamos de muito mais dados para solucionar o mistério.”

O estudo completo sobre a recente explosão rápida de rádio pode ser conferido neste arquivo da revista Nature, em inglês.

Fonte: Jovemnerd

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