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Helicóptero com aproximadamente 300 kg de cocaína caiu na região do Pantanal, em Poconé (MT), neste domingo (1º) — Foto: Ciopaer/MT
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou um inquérito civil público para apurar suposta prática de improbidade administrativa praticada pelo papiloscopista da Polícia Civil Ronney José Barbosa Sampaio.
O servidor foi apontado pela polícia como dono do helicóptero que carregava 300 kg de cocaína e caiu em Poconé, na região do Pantanal no Mato Grosso, em agosto. O g1 apurou que, em agosto, segundo o Portal da Transparência do Distrito Federal, Ronney recebeu salário bruto de R$ 17.480,03.
Para os promotores, há “indícios de aquisição de bens com valor desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, bem como de comercialização de aeronaves com violação aos princípios da administração pública.”
Na matrícula da aeronave, na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), consta o nome do papiloscopista. No entanto, na época dos acontecimentos, o servidor público disse ao g1, que vendeu o helicóptero. A reportagem tenta contato com a defesa de Ronney Sampaio, nesta sexta-feira (8).
Investigação
Segundo o Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, do MPDFT, há indícios de incompatibilidade entre o patrimônio e os rendimentos de Ronney Sampaio. A suposta venda da aeronave também será investigada. A corregedoria da PCDF abriu sindicância para apurar o caso.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que “as investigações sobre o caso continuam em andamento, porém, correm em sigilo, não havendo, portanto, informações disponíveis para divulgação“.
De acordo com a Polícia Federal, que monitorava uma possível situação de tráfico internacional de drogas quando encontrou a aeronave, em Poconé (MT), o helicóptero em nome de Roney é avaliado em cerca de R$ 450 mil e tem capacidade para transportar até três passageiros, além do piloto, e carga máxima de 340 kg.
Na época, o policial era dono de cinco aeronaves, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro, fornecido pela Anac. Apenas duas aeronaves estavam com documentos em situação regular. Além do helicóptero que caiu, outras duas tinham matrícula ou certificado cancelados.
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Registro de aviões em nome de policial civil do DF — Foto: Reprodução/Anac
Relembre o caso
No último dia 1º de agosto, o helicóptero com cerca de 300 kg de cocaína caiu na região do Pantanal, em Poconé (MT). De acordo com informações do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), a aeronave foi encontrada tombada e com sacos de droga ao redor.
A aeronave estava no nome de um policial civil do Distrito Federal, o papiloscopista policial Ronney José Barbosa Sampaio. Na época, o servidor disse que tinha vendido o helicóptero em maio.
“Eu tenho todos os documentos da venda do helicóptero, fiz a transferência da minha parte. Mas esse processo é igual quando vende um carro. Se o comprador não for lá e fizer a transferência para ele também, ele continua no meu nome”, disse o policial.
Segundo Ronney Sampaio, o helicóptero não poderia ter sido usado, pois não estava em condições de voo. “Ele não estava aeronavegável e não tinha autorização para voar”, contou.
“Eu comprei ele [o helicóptero] tem um ano mais ou menos. Mas como eu não tinha dinheiro pra arrumar o documento dele, eu vendi. O recibo da venda do helicóptero foi feito em 25 de maio deste ano”, diz o policial civil.
Prisão
Em agosto, um sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro foi preso, em Mato Grosso, suspeito de ser o piloto do helicóptero.
De acordo com a Polícia Civil, Alberto Ribeiro Pinto Junior, de 45 anos, foi flagrado ateando fogo em uma vegetação na zona rural de Poconé. Ele estava com a prisão decretada pelo tráfico de drogas e confessou que pilotava o helicóptero. Por meio de advogado, o sargento disse que foi obrigado a fazer o transporte.
O delegado Mauricio Maciel Pereira Junior, que investiga o caso, disse que o sargento não fez menção ou confessou ligação dele com Roney, o policial civil apontado como proprietário do helicóptero.
“Ele não fala sobre o policial [do DF], mas disse que foi contratado sobre outras pessoas. Ele afirma que foi forçado e ameaçado para fazer o transporte da droga. Ele não estava se escondendo, quis ser encontrado”, disse o delegado.
Transferência de nome
Ao g1, a Anac também informou que o helicóptero foi transferido para o nome do papiloscopista no dia 5 de maio deste ano.
“Ou seja, ele adquiriu a aeronave no dia 30 de abril de 2021 e o antigo dono registrou a venda no dia 5 de maio, dentro do prazo de 30 dias para comunicar a venda e realizar o registro”, diz nota da agência.
FONTE: G1