Série da Marvel no Disney Plus ganhou novo capítulo nesta quarta-feira (25)

Mulher-Hulk: Defensora de Heróis estreou contando como sua protagonista ganhou poderes, com tudo o que se espera de uma “origem” de super-herói. A questão é que, embora tenha explicado direitinho a parte Hulk da equação, o capítulo não se aprofundou muito nos outros aspectos da vida de Jennifer Walters (Tatiana Maslany).

Lançado nesta quinta-feira (25) no Disney+, o segundo episódio da produção complementa a origem da heroína, ao mesmo tempo em que revisa o passado MCU com outros olhos.

[A partir daqui, spoilers do segundo episódio de Mulher-Hulk]

O segundo capítulo começa com a repercussão do apressado final do primeiro episódio. Após o embate contra a vilã Titânia (Jameela Jamil), a sociedade conhece o outro lado de Jennifer e até o batiza de “Mulher-Hulk” – usando do famoso clichê em que a sociedade dá nome aos seus heróis.

É a partir disso que ela começa a experimentar os lados negativos de ser um Hulk, um revés que o primo Bruce Banner (Mark Ruffalo) tentou explicar anteriormente. Inicialmente celebrada por proteger os presentes no tribunal, ela acaba demitida do escritório em que trabalhava pelo temor de que seu alter ego atrapalhe futuros julgamentos.

Mais do que dar razão momentânea ao Hulk – já que o próprio episódio dá um jeito nessa questão mais adiante –, esse desdobramento reflete o velho dilema dos heróis em colocar as necessidades dos outros à frente das suas. Mesmo rejeitando esse rótulo por acreditar que ele pertence a “bilionários, narcisistas e órfãos adultos”, ela agiu quando o dever chamou.

Após mostrar como a vida profissional da personagem descarrilou, Mulher-Hulk apresenta outro ponto que havia ficado de fora do primeiro episódio: a família da protagonista. A questão é resolvida em um jantar, que acontece em um momento mais do que inoportuno.

Com a bombástica revelação de que tem poderes e o fardo de ter perdido o emprego, a jovem reencontra pais, tios e um primo mala em uma típica reunião de família. Entre comentários sobre sua aparência, perguntas sobre os Vingadores e comparações com outros parentes, ela encontra conforto no pai (Mark Linn-Baker). No desabafo, a série deixa a comédia um pouco de lado para estabelecer o núcleo emocional da história, o que funciona, mesmo com o raso conselho para que ela “siga em frente”.

Ainda sobre o jantar, vale notar que a mãe de Jennifer passou o telefone dela para um tal “Yusuf” que quer ser super-herói. Por um lado, essa pode só uma piada sobre a falta de noção dos familiares. Mas, considerando o histórico da Marvel, que espalha pistas ao citar nomes de pessoas e lugares, essa pode ser uma semente para a aparição de um novo personagem no futuro.

De volta ao presente, o problema do desemprego de Jen chega ao fim de uma maneira inesperada. A advogada é contatada pelo GLK e H, escritório que defendia o réu do primeiro episódio e que seria derrotado, caso o julgamento não fosse anulado. Impressionado pelo talento da jovem, o chefão Holden Holliway (Steve Coulter) a convida para se juntar à empresa.

Acontece que ele a contratou não apenas pelo talento profissional, mas principalmente por ela ser a Mulher-Hulk, a quem oferecem a chance de liderar um departamento focado nos direitos dos super-humanos. Por ironia do destino, o que causou a demissão de Jennifer é justamente o que lhe garantiu o novo emprego. O grande porém é que seu primeiro caso é o Abominável (Tim Roth), vilão que uns anos atrás havia tentado matar ninguém menos que seu primo.

Mulher-Hulk enfrenta o passado do MCU

Devido ao histórico de Emil Blonsky, a advogada fica receosa em aceitar o caso. Para decidir se vai defender o criminoso, ela vai até ele no Departamento de Controle de Danos, onde descobre que o Abominável realmente se regenerou nos anos em que passou preso. Mesmo pouco surpreendente, o desenrolar dessa situação traz um sabor inédito ao MCU e reforça a construção de uma narrativa maior.

Contando com o divertido retorno de Tim Roth, que abre mão da caricatura e acerta em cheio no carisma, a produção traz um novo olhar para o vilão que pouco fez no universo desde sua aparição em O Incrível Hulk (2008). Ao invés de apelar para a nostalgia de uma produção que nem é tão querida pelos fãs, essa volta é motivada pela chance de reexaminar escolhas do passado.

Tim Roth como Abominável em Mulher-Hulk
Tim Roth como Abominável em Mulher-Hulk

À advogada, Blonsky explica que a origem de sua carreira no crime começou enquanto seguia ordens do governo, achando que estava do lado certo. De forma nada sutil, é feito um paralelo entre ele e o Capitão América, um dos nortes morais desse universo e que se tornou um herói justamente ao também seguir ordens do estado. É claro que os desdobramentos dessas jornadas foram diferentes, mas é justo condenar um e exaltar o outro?

Essa é uma reavaliação que faz todo o sentido para o MCU, que tende a dar felizes a quem permanece em seus filmes e séries. São poucos os vilões que permanecem maus, já que as opções são regeneração ou morte definitiva. Mas em uma camada mais profunda, a participação do Abominável se faz pertinente por apontar algumas das contradições desse universo.

É uma abordagem simples, mas que se torna crível pela forma como é apresentada. Diferente do que o próprio estúdio fez no passado ao tentar limpar a barra de alguns de seus personagens na marra – vide a forma esquisita como o estúdio lidou com o passado sombrio de Gavião Arqueiro Viúva Negra em suas produções solo.

Convencida de que o vilão fala a verdade, ela liga para Bruce Banner para explicar que vai defender seu antigo inimigo. Para sua surpresa, o Hulk revela que já tinha deixado a rixa com o Abominável para trás, pois o ex-vilão lhe enviou uma carta pedindo desculpas sinceras. Um perdão que faz todo sentido para Banner, cuja trajetória é marcada pela busca de corrigir os erros que cometeu enquanto transformado em uma massa de músculos e ódio.

Porém, a ligação cai quando ele deixa o espaço a bordo da nave de Sakaar que apareceu no primeiro episódio. Semente para algum filme ou série, a escolha de tirar o Hulk de cena logo cedo abre a possibilidade de que o final de Mulher-Hulk seja mais autocontido e gaste mais tempo contando a própria história do que estabelecendo o futuro desse universo — erro fatal que tornou o finale de Loki agridoce só para preparar terreno para Homem-Formiga 3, que sequer envolve o Deus da Trapaça.

Claro que isso não é nenhuma garantia de que Mulher-Hulk: Defensora de Heróis passará ilesa, especialmente levando em conta a quantidade de personagens envolvidos na produção. Mas abrirem mão disso tão cedo demonstra uma maturidade que poucas séries da Marvel no Disney+ tiveram até aqui.

Voltando para a história, o segundo episódio chega ao fim com a bombástica notícia de que o Abominável não passou o tempo todo preso. Como o público que assistiu a Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021) já sabe, o vilão foi visto saindo na porrada em um torneio clandestino com o mago Wong (Bennedict Wong). Um gancho que promete complicar e muito a vida da advogada que decidiu defendê-lo.

É com essa complicação de um julgamento nada simples e a promessa de uma nova participação especial que Mulher-Hulk: Defensora de Heróis encerra seu segundo episódio.

De: Redação / Fonte: Jovemnerd

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui