Infecção é responsável pela queda da civilização no game de 2013, que inspira a nova série da HBO

Uma doença misteriosa ataca a raça humana e acaba dizimando boa parte da civilização que conhecemos, deixando os sobreviventes à mercê da sorte. Você com certeza viu essa premissa em dezenas de games, filmes e séries, e verá mais uma vez na série The Last of Us, lançada na HBO, agora com um diferencial: o fungo em questão não só é real, como pode ser tão sinistro quanto na ficção.

Na trama, baseada no game de mesmo nome lançado em 2013, a humanidade é vítima da Infecção Cerebral do Cordyceps (CBI). O fungo se espalha pelo mundo através de plantações infectadas e causa o caos que deixa Joel, Tommy, Tess e companhia em apuros. Os infectados perdem qualquer traço de humanidade, virando implacáveis máquinas de matar e ficando mais perigosos a cada novo estágio da infecção. Mas como o Cordyceps funciona na vida real, e será que você deve se preocupar com um possível surto?

Formigas zumbis

Encontrado principalmente em florestas tropicais, o Ophiocordyceps unilateralis (espécie específica mostrada em TLoU) infecta principalmente insetos e outros artrópodes, como formigas, lacraias, etc. A relação do fungo com os hospedeiros é parasítica, ou seja, o Cordyceps se desenvolve ao passo em que prejudica as capacidades nervosas e motoras dos bichos (via National Geographic).

Quem for das antigas, pode até lembrar do fungo de um dos episódios da série documental Planeta Terra, produzida em 2006 pela BBC e exibida no Brasil pelo Fantástico. O clipe levemente assustador mostra o processo de infecção de uma formiga até os estágios finais.

Se você percebeu semelhanças com a infecção do jogo, não é à toa. Embora o Cordyceps de The Last of Us seja uma mutação mais potente que o original, o fungo ainda se instala nos hospedeiros através de esporos liberados no ar. Em questão de dias, o Cordyceps toma controle do sistema motor dos insetos, que viram essencialmente zumbis, sem qualquer autonomia sobre a própria anatomia.

O fungo se alimenta do hospedeiro enquanto cresce, ficando cada vez mais visível até a morte do inseto. É então que o Cordyceps utiliza o próprio corpo do hospedeiro para liberar mais esporos no ar, infectando mais artrópodes (via Instituto de Biotecnologia dos EUA).

O Cordyceps pode infectar humanos?

Pode respirar com alívio, porque ao menos por enquanto, você não precisará acumular mantimentos, máscaras de oxigênio e entrar em pânico no momento que perceber esporos no ar. Mesmo que você sem querer inalasse o fungo, o corpo humano possui anticorpos e sistemas de defesa suficientes para evitar uma infecção. Além disso, a medicina moderna também tem suas próprias soluções para combater a proliferação do fungo no nosso interior.

Os quatro estágios de infecção

Em The Last of Us, Joel e Ellie se deparam com pelo menos quatro tipos diferentes de monstros, vindo da mesma infecção pelo Cordyceps.

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  • 1- Corredores (Runners)
    O fungo já domina partes do cérebro humano, zumbificando os infectados e aumentando a agressividade.
  • 2- Perseguidores (Stalkers)
    Mais lentos, mas nem por isso menos perigosos, os Perseguidores já possuem o fungo mais visível. Com o sistema nervoso mais comprometido, eles perseguem as presas e geralmente preferem a escuridão. Se você tomou altos sustos jogando The Last of Us, a culpa provavelmente foi deles.
  • 3- Estaladores (Clickers)
    Talvez os mais famosos da franquia, os Estaladores aparecem com o Cordyceps já dominando boa parte do corpo. O crescimento do fungo principalmente na cabeça faz com que os bichos fiquem cegos, se orientando através da audição. É daí que vem o estalar dos infernos característico dos monstros.
  • 4- Vermes/Baiacus (Bloaters)
    Se o hospedeiro chegou até aqui, é porque a vaca já foi pro brejo sem nenhuma chance de retorno. O estágio mais avançado da infecção transforma o corpo em uma massa bolotuda. Além de ser incrivelmente forte, a pele completamente revestida pelo Cordyceps age como uma espécie de couraça ao hospedeiro, deixando o combate ainda mais perigoso.
Corredores, Perseguidores, Estaladores e Baiacus

Como a série mostrará o Cordyceps?

Na versão para a HBO, o cocriador da série e diretor do game original, Neil Druckmann, prezou por manter a coerência científica. Em entrevista ao Collider, ele afirma:

“Queríamos deixar a série o mais ‘pé no chão’ possível. O jogo já fazia isso muito bem, ainda mais em um gênero em que seria fácil demais apenas apresentarmos zumbis do nada. O Cordyceps é um conceito fascinante e absolutamente real.”

Pelo que se viu nas prévias e trailers da série, os Estaladores e os Baiacus prometem dar muito trabalho ao Joel, Ellie e Tess de Pedro PascalBella Ramsey e Anna Torv. Uma diferença importante, no entanto, será a forma de contágio, já que os esporos do jogo (e do Cordyceps real) não estarão na trama.

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Ainda falando ao Collider, Druckmann explicou que o contexto do lançamento da série, logo após a pandemia de COVID-19, influenciou a retratação do apocalipse:

“Era importante ressaltar que o público tem mais conhecimento sobre pandemias do que há 5, 10 anos. […] Pensei muito em como há a passagem do fungo de um infectado para o outro, e como isso funciona como uma rede interconectada. É assustador pensar que essa parte da natureza estaria trabalhando contra nós de forma tão unificada, foi um conceito que eu adorei.”

Os terrores dos infectados você confere todos os domingos, com a estreia de The Last of Us. A série terá 9 episódios com lançamento semanal, em exibição simultânea na HBO e HBO Max. Gabriel LunaMurray Bartlett e Merle Dandridge também estão no elenco.

 

 

De: Redação / Fonte: Jovemnerd

 

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