Juro que já tentei encontrar uma explicação lógica para entender todos os ataques que a pauta do voto impresso auditável vem sofrendo. Até agora, não consegui. E pasmem: os maiores inimigos da transparência são o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que espalham aos quatro cantos que é desperdício de dinheiro e um retrocesso. Por que tanto medo?

É importante relembrar ao TSE que as respostas sobre os questionamentos e dúvidas levantadas ainda nas eleições de 2014 não foram respondidas claramente até hoje, apesar das dezenas de audiências públicas realizadas no Congresso Nacional. Rackers já disseram que a urna eletrônica brasileira é vulnerável.

É importante ainda deixar bem claro a todos os brasileiros que a impressão do voto não é a volta para a cédula de papel. É só respeito ao estado democrático de direito e às leis. O Congresso Nacional aprovou o voto impresso e o Supremo Tribunal Federal desrespeitou a decisão soberana do povo. Será que o Congresso Nacional não representa mais a vontade da população ou da maioria? Será que até isso o STF vai querer modificar ou judicializar? Por que tanto medo da transparência?

A impressão do voto eletrônico ou voto auditável dificulta imensamente a possibilidade de fraudes. E mais: o eleitor não leva o voto impresso para casa. O voto é depositado em uma urna física. Além disso, caso ocorra uma falha ou suspeita de fraude, o voto impresso possibilita a realização de auditoria. Por que não ter transparência?

Sem o voto impresso, ficam no ar algumas perguntas que carecem de respostas rápidas. Quem é de fato o autor do voto: o eleitor ou a urna? Por que a urna tem que ter o total controle sobre o voto?

As antigas alegações do TSE de que as dificuldades orçamentárias poderiam atrapalhar o cumprimento da lei que obriga a implantação do voto impresso já derreteram. A inacreditável desculpa de plantão (ou de momento), acreditem, é que os defensores do voto impresso são anti-democráticos. Acho que nem o pior dos comediantes faria uma piada tão sem graça. Por que tanto medo da transparência?

O fato é que uma parcela considerável da população tem desconfiança das urnas eletrônicas. Pouquíssimas nações do planeta usam o processo eleitoral brasileiro da forma que hoje é aplicada. Aliás, alguns países chegaram a estudar o nosso modelo e desistiram. Lembrando que a nossa tecnologia já está ultrapassada.

Nós, eleitores, precisamos ter a certeza da eficiência e da transparência nas eleições. Isso é democracia. É respeito aos eleitores.

*Por Luciano Lima.
Jornalista, radialista e historiador e apresentador e produtor do programa “É PAPO FIRME”

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