Projeto leva oficinas sobre cultura africana a escolas públicas do DF e abre oportunidade de trabalho a artistas da cidade

Em convergência com a lei 10.639, de 2003, que estabelece a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo oficial da rede de ensino, o projeto Alpha Mandê Griô tem como objetivo levar a riqueza da cultura mandengue, ou mandinga, originária do oeste da África, a crianças e adolescentes. Sob a orientação do guineense Alpha Kabinet Camara, as atividades acontecerão em junho e agosto em escolas públicas do Núcleo Bandeirante, Cruzeiro e da Candangolândia. Além dos estudantes beneficiados, o projeto realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal também abrirá vagas para que artistas atuem em 12 apresentações oferecidas à comunidade escolar. A audição para a seleção de bailarinos e percussionista está marcada para 15 de abril, na Casa da Cultura do Núcleo Bandeirante.

É uma oportunidade de trabalho, mas também de aprendizado para todos que vão conviver e trocar nesse projeto. Nossos países são irmãos e têm muito em comum, principalmente em relação à música e à dança, que são sagrados para mim. Queremos reforçar a importância das tradições e valorizar os traços que nos unem”, afirma Alpha, à frente do projeto.

Sobre o projeto e seu proponente

O objetivo do Alpha Mandê Griô é jogar luz sobre as contribuições da cultura africana na formação da identidade brasileira, ajudando a desconstruir o preconceito e ignorância que costumam perseguir culturas e religiões de matriz africana. Alpha é parte do processo de redescobertas culturais do oeste africano que ocorre atualmente, com artistas brasileiros cruzando o Atlântico para beber na fonte de seus ancestrais, e artistas africanos fazendo o caminho inverso para viver de arte no país, ainda marcado pela escravização de ascendentes daquele Continente.

Natural de Conacri, capital de Guiné, o proponente chegou ao Brasil, em 2016, vindo a residir em Brasília, em 2017, trazendo na bagagem muito talento e a missão de difundir a cultura popular de sua terra. Aos 35 anos, com conhecimento em mais de 20 ritmos oriundos de países vizinhos ao seu, como Costa do Marfim, Mali, Burkina Faso, Serra Leoa, Gâmbia e Senegal, ele traz em seu currículo a trajetória de família Griô, de origem materna.

O título de Mandê Griô traduz a existência de Alpha Kabinet Camara em profundidade. Podemos entendê-lo como um mestre da cultura Mandengue, mas vai além. O termo Griô, de raiz africana, é usado para se referir àquele que mantém a tradição oral das histórias de seu povo, inclusive através da poesia, da música, da dança. É também uma liderança com autoridade para aconselhar pessoas e mediar conflitos em sua comunidade. Alpha, desde muito jovem, foi preparado e vem adquirindo conhecimentos para desempenhar essa grande responsabilidade: passar adiante e manter viva sua cultura. É uma missão que ele carrega para onde quer que vá. Alpha Mandê Griô traz em si a ancestralidade que muitos desconhecem e que, apesar de ter se desenvolvido no continente africano, espalhou-se para o mundo e tem papel na formação da cultura nacional brasileira.

Serviço

Audição projeto Alpha Mandê Griô

Oportunidade para:

Bailarinos amadores ou profissionais

Percussionista

Inscrições: Inscrições para a audição

Site: www.alphamandegrio.com

Data/horário: 15 de 2023, das 9h às 13h

Local: Casa da Cultura do Núcleo Bandeirante (Brasília)

Imprescindível: Ser maior de 18 anos e ter disponibilidade para ensaios e apresentações

Mais informações:

Carcará Produções: Adriano Campos (61) 99105-2529/Moara Ribeiro (61) 98242-2204

[email protected]

instagram e facebook: @alphamandegrio

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