Setembro amarelo: veja atitudes que podem salvar uma pessoa com tendências suicidas.

Sim estamos nessa vida para evoluir e ajudar ao próximo. Dia 10/9 é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, data que marca a campanha Setembro Amarelo. E a data serve para alertar que todos nós podemos acolher quem está “por um fio”, estender a mão e dizer “ei você não está sozinho”.

O mês é todo destinado a alertar a população sobre realidade do suicídio e suas formas de prevenção. O Só Notícia Boa, que tem como missão espalhar positividade, amor e empatia, pesquisou formas de ajudar uma pessoa que tem apresentado tendências suicidas. Estar alerta aos sinais, se mostrar presente e saber ouvir é muito importante.

Todos podemos ser um ombro amigo nos momentos difíceis! “Isso pode parecer óbvio, mas ainda é bem comum ouvir absurdos como ‘você está dramatizando’, ‘isso é exagero’, ‘tenho mais problema que você” ‘ explicou Monica Machado, psicóloga e especialista em saúde mental em nota ao SNB.

Prevenção

O número de suicídios no Brasil cresceu em 2022, em comparação com 2021, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Ao todo, no ano passado 16.262 mil pessoas tiraram a própria vida aqui no país. Número altíssimo.

Monica explica que o pensamento suicida vem muito de a vítima achar que o sofrimento psíquico dura para sempre e não há como combatê-lo.

E a prevenção começa com todos à sua volta, é importante estar atento aos sinais que amigos, familiares e colegas de trabalho podem demonstrar.

“Os sintomas podem se confundir com uma exaustão típica que levamos hoje. Muitas vezes, tanto a pessoa como os outros que estão à sua volta só e são conta da gravidade quando o indivíduo já chegou na fase da ideação (pensamentos suicídas)”, lembrou a psiquiatra Danielle Admoni.

Veja agora atitudes importantes para salvar a vida de uma pessoa com tendências suicidas.

1 – Escutar é fundamental

Uma ótima estratégia nesse momento é deixar o outro falar. “Direcione seus esforços em ouvir o que o outro tem a dizer, sempre com atenção, empatia e acolhimento”, disse Danielle.

Conselhos com perfil de autoajuda não cabem nesse momento! Dependendo do que você disse, o outro pode alimentar os próprios pensamentos negativos.

2 – Acolha!

Todos nós temos problemas e lidamos de forma diferente com eles. Comparar, julgar ou questionar o sofrimento que foi exposto só vai piorar o emocional da vítima. Lembra da empatia?

Acolher o outro é fundamental, ajude a vítima a passar pelo problema junto, nunca sozinha! Escute, converse e mostre que seu ombro será sempre um ombro amigo.

3 – Busque espaços de segurança

A última coisa que uma pessoa que está com sofrimento psíquico não quer é sair de casa e ver gente. Respeite isso! Pressionar só vai aumentar o estresse da situação. A pessoa normalmente quer se afastar de tudo, então esse é um dos grandes sintomas.

Uma das formas de contornar isso é se oferecer para ficar com a pessoa, mas em seu espaço de segurança. Se a pessoa só quer ficar no quarto, sugira ver um filme ou uma série. Sempre busque comédias leves e evite qualquer tema que remeta a saúde mental.

“Pode ser uma forma de desviar seus pensamentos negativos, mesmo que temporariamente”, disse a profissional.

4 – Fique atento

Ainda que haja uma relação forte, não se deve restringir o sofrimento do indivíduo ao adoecimento mental.

“Nem toda pessoa com ideação suicida tem transtorno mental, assim como nem todo indivíduo que possui um transtorno mental terá, necessariamente, um comportamento suicida” pontuou Monica.

5 – Família é importante

Se você notar que na sua família há um potencial suicida, busque ajuda! A família tem muita importância no processo de evitar algum incidente e, se o doente tem dificuldade em buscar ajuda, a família está ali para contornar esse quadro.

Vale lembrar ainda que, a rede de apoio é extremamente importante, mas ela jamais vai substituir o acompanhamento médico e terapêutico, ok?

6 – Se mostre presente

Seja receptivo e acessível, o tempo todo, para qualquer demanda. “Muitas vezes, apenas este estar disponível já promove a sensação de acolhimento e segurança que a pessoa tanto precisa”, afirmou a psicóloga Monica.

Não será nada fácil, mas lembre-se sempre que a pessoa não tem culpa de estar daquele jeito. Pratique a empatia e busque fazer o bem, assim você será capaz de salvar uma vida!

Centro de Valorização da Vida (CCV)

Se você, ou alguém que conhece estiver em sofrimento intenso ou crise suicida, uma alternativa é entrar em contato com o CVV, Centro de Valorização da Vida, no número 188.

Lá, profissionais ficam disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ajudar nos momentos mais difíceis.

Além disso, é possível buscar ajuda em serviços de atendimento em saúde mental no Sistema Público de Saúde (UBS) ou no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Não se omita ao perceber que alguém está sofrendo!

Se mostrar presente para ajudar um potencial suicida é fundamental para aliviar o quadro e ajudar nos momentos tensos. Foto: Reprodução/Freepik.