Clínica de hipnose no DF promete ‘cura gay’ em até seis meses;

A prática é proibida
E dono nega preconceito e fala em ‘mal-entendido’.

Uma clínica de hipnose que oferece, em Brasília, a “garantia vitalícia” para “tratamento do homossexualismo” (sic) será investigada pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP). A prática da terapia de reversão sexual, a chamada “cura gay”, é vedada pelo órgão e, em 2019, foi suspensa a partir de um entendimento do Supremo Tribunal Federal
A prática de “reversão sexual” para gays, lésbicas e transgêneros oferecida pela clínica Hipnoticus também chamou a atenção da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF. O deputado distrital Fábio Félix (Psol) disse que tomou conhecimento do caso por meio de uma denúncia anônima.
“É um absurdo completo. Nós vamos comunicar ao Ministério Público, à delegacia especializada [Decrin] e à Defensoria Pública para combater esse caso. Está sendo analisado como LGBTfobia, que, inclusive, já foi qualificado pelo STF como crime no Brasil.” – Fábio Felix (PSOL).

Em abril de 2019, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu uma decisão da Justiça Federal de Brasília que permitia a prática da “cura gay”. Ela atendeu a pedido do Conselho Federal de Psicologia, que entrou no Supremo contra decisão do juiz da 14ª Vara Cível em Brasília, que autorizou psicólogos a realizarem terapias do tipo.

O hipnoterapeuta Guilherme Alves, que atua em casos de disfunções sexuais, explica que a hipnose é um estado de transe. “O lado crítico, racional e mais analítico da pessoa fica reduzido, fazendo com que ela fique mais aberta para receber sugestões”.
“Nesse estado, é possível tratar doenças psicossomáticas e fazer mudanças de hábitos, mas uma pessoa homossexual não tem nada a ser tratado, porque não é uma doença”, explica Guilherme. “A técnica da hipnose não é perigosa, o risco é encontrar profissionais despreparados”.

Há 30 anos a Organização Mundial da Saúde Mundial da Saúde (OMS) retirou o Homossexualismo da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).
Essa decisão infelizmente não acabou com a discriminação, preconceito e segregação, mas temos que admitir que foi um passo importante para a compreensão da homossexualidade como orientação sexual, que não precisa de cura ou tratamento por não ser doença.
“De qualquer maneira, as expressões doença, cura, livrar-se de algo, única maneira ou solução, homossexualidade, homossexualismo e, até o uso do sufixo ismo, eram maneiras de falar com os termos usados por quem procura. Nunca foi intenção de ofender um grupo de indivíduos, minoria qualquer que seja, ou tratar condições médicas, visto que na terapia holística o que é tratado é o indivíduo como um todo (mente, corpo e espirito). Vale lembrar também que o site encontra-se em “processo de atualização.” Site Clínica Hipnoticus 10/11/2020 (site).

“A discriminação, ignorância e preconceito esses sim causam malefícios. Por esse motivo defendo tanto a Educação em Sexualidade e Afetividade, pois em todos os momentos de nossas vidas precisamos conviver com os afetos bons e ruins, e daí como é a relação com a Sexualidade individual e do próximo.” – Kátia Arruda

Fonte: g1 e hipnoterapia.org

Por: Kátia Arruda

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