Cursos da Secretaria de Trabalho fazem parte do cadastramento de guardadores e lavadores de carro. Eles têm até 8 de janeiro para entregar documentos

ANA LUIZA VINHOTE, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: FREDDY CHARLSO
Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília
Antônio Casimiro, 56 anos, é flanelinha há 45 anos no Setor Comercial Sul. É desse trabalho de 12 horas por dia que ele ajuda a sustentar a esposa e os três filhos | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Os guardadores e lavadores de carros que tiverem interesse em continuar o processo de cadastramento devem entregar a documentação (confira abaixo) até o dia 8 de janeiro de 2021. Em novembro, a Secretaria de Trabalho (Setrab) iniciou o procedimento e registrou 870 profissionais. O objetivo é conhecer o perfil dos trabalhadores e dar oportunidades de emprego para o setor ou em outras áreas de atuação.

“Aquelas pessoas que desejam se profissionalizar em outras áreas, terão essa oportunidade com os diversos cursos que a secretaria vai ofertar. Queremos oferecer dignidade a essas pessoas, que tiram dessa atividade seu sustento, além de dar segurança aos usuários que deixam os seus carros aos cuidados deles”, destaca o secretário de Trabalho Thales Mendes Ferreira. Segundo o titular da pasta, o procedimento também vai possibilitar acesso às garantias e direitos na questão previdenciária – devido ao cadastro na Delegacia Regional do Trabalho.

Ferreira explica que, com o cadastrado, foi possível fazer um perfil socioeconômico desses profissionais. Segundo o mapeamento, 83% dos cadastrados exercem a atividade por questões financeiras, 63% querem qualificação profissional, 58% desejam voltar a estudar e 55% têm ensino fundamental incompleto. “Com essa pesquisa será possível desenhar programas sociais, de acordo com o perfil dessas pessoas”, lembra o titular da pasta.

Os interessados devem apresentar a cópia da identidade e do CPF, além do atestado de bons antecedentes fornecido pela autoridade competente, como certidões negativas da Justiça Federal Criminal, da Justiça Distrital Criminal, da Justiça Eleitoral quanto às obrigações eleitorais e com a Justiça Militar.

Também é preciso o Registro na Superintendência Regional de Trabalho e Emprego e a declaração de tempo de atividade profissional ou declaração emitida por órgão. A papelada deve ser entregue em uma Agência de Atendimento ao Trabalhador.

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De acordo com o secretário Thales Mendes Ferreira, o procedimento vai possibilitar acesso às garantias e direitos na questão previdenciária – devido ao cadastro na Delegacia Regional do Trabalho | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Capacitação

Após a validação da documentação, a secretaria oferecerá qualificação nas áreas desejadas. Os cursos são de atendimento ao público, novas tecnologias de lavagem ecológica ou biolavagem, pagamento e transferências financeiras digitais e boas práticas no uso dos recursos hídricos. A Secretaria de Trabalho também poderá ofertar outras áreas de interesse desse público.

Aqueles que querem permanecer como flanelinhas receberão um kit biolavagem, composto por um crachá de identificação, colete, boné, produtos e utensílios necessários para exercerem a atividade. “A biolavagem é uma tendência. São utilizados cerca de 300 ml de água para lavar um carro, por exemplo”, comenta Ferreira. Cada kit deve custar em torno de R$ 200.

O presidente do Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos do DF (Sindglav/DF), Valdivino Diogo Silva, elogia a ação do GDF. “Finalmente olharam para a nossa categoria. Esperávamos que o cadastro e os cursos dessem certo há muito tempo. O registro trará mais seriedade para a nossa profissão. Só temos a agradecer ao governo local”, comemora o representante.

Antônio Casimiro, 56 anos, é flanelinha há 45 anos no Setor Comercial Sul (SCS). É desse trabalho de cerca de 12 horas por dia que ele ajuda a sustentar a esposa e os três filhos. “Antes da pandemia do novo coronavírus, costumava lavar cerca de 30 carros por dia, além dos veículos vigiados. Agora diminuiu consideravelmente, então os cursos serão muito importantes para termos uma segunda opção”, comenta o morador de Ceilândia.

ANA LUIZA VINHOTE, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: FREDDY CHARLSON

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