Pesquisadores ainda estudam as razões

Especialistas que monitoram as praias de Santa Catarina estão preocupados com os encalhes e mortes de cetáceos. Mais de 50 registros foram feitos em pouco mais de um mês. Muitos animais são ocenânicos e raros na costa, como a cachalote e a baleia piloto, além das toninhas, um tipo de golfinho que corre risco de extinção.

O último registro de encalhe aconteceu no dia 25/10/2020 em Florianópolis. A baleia minke já foi encontrada morta. Veterinários coletaram amostras para conhecer a causa da morte e o resultado deve sair em até 20 dias.

— As baleias minke também são oceânicas. É uma espécie que registramos mais frequentemente, mas somada aos outros registros mostra que tem algo diferente acontecendo — afirma o biólogo e professor da Univali, André Barreto, que coordena o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PM-BS) em Santa Catarina e no Paraná.

No ano passado, 90 animais foram encontrados mortos entre setembro e outubro. Em 2020, desde a segunda quinzena de setembro até agora já são pelo menos 53. Apesar do número de mortes ser menor neste ano, a quantidade de animais encalhados aumentou.

— Infelizmente, esse número de mais de 50 cetáceos não é uma coisa incomum. A quantidade de animais está dentro da variação, um pouquinho acima dos últimos meses, mas nada que chama muito atenção. Os encalhes de animais oceânicos é que nos deixou intrigados, além dos frequentes encalhes e mortes de toninhas que têm preocupado — disse.

Espécies raras

Em cinco anos de projeto, o golfinho conhecido como baleia-piloto, nunca havia sido visto no litoral entre Santa Catarina e São Paulo, conforme o biológo. Mas, em outubro, dois animais dessa espécie encalharam e morreram, um em Laguna, no Sul do estado, e outro no norte, em São Franciso do Sul.

Uma outra espécie rara que apareceu na costa catarinense foi a cachalote pigmeu. Ela protagonizou um transporte inédito no estado. O cetáceo encalhou três vezes em Imbituba e foi levada para Florianópolis para recuperarção. O animal não resistiu e morreu. A causa da morte ainda é investigada.

— Chama atenção pelas raridades dessas espécies. A cachalote pigmeu tem pouquíssimos registros no Brasil, não é uma espécie comum, são raras e mais rara ainda na costa — afirmou.

Toninhas representam a maioria das mortes

Segundo o pesquisador, a causa da morte muitas vezes está ligada à pesca. A toninha, que é um tipo de golfinho, corre risco de exteinção.

— O que mais preocupa a gente é a questão das toninhas. É o golfinho que mais corre risco de extinção porque estão muitos próximos de onde tem ação humana. Mais de 50 % dos casos a gente encontra indícios de pesca, a toninha se enrola na rede — diz o biólogo.

Em alguns casos, filhotes se perderam da mãe. Como foi o caso de dois filhotes de toninhas, que foram encontrados mortos na Praia da Joaquina em Florianópolis no mês de outubro (11). Exames mostraram que a causa das mortes foi asfixia e afogamento, possivelmente após captura acidental.

Ainda não se sabe o motivo dos encalhes

Análises e exames são realizadas em cada ocorrência, mas ainda não é possível apontar o fator que tem provocado esses encalhes na costa.

— Estamos explorando todas as possibilidades, tanto questões humanas, como tráfego de embarcações, pescas, como questão ambientais, mudanças de correntes, ventos. É muito difícil dizer que um evento especifico afetou determinada espécie, pode ocorrer de afetar, por exemplo, a espécie que ela se alimenta, mas não tem como confirmar — conclui o biólogo.

Por: https://www.nsctotal.com.br

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