Funcionários pedem reajuste salarial de 19,9% e as negociações com a direção da instituição não avançaram

Os servidores do Banco Central aprovaram nesta segunda-feira (28) uma greve em uma reunião virtual com 1.300 funcionários, em meio a tentativas de negociação salarial da categoria com o BC. Segundo o sindicato da categoria, mais de 90% dos servidores votaram pela paralisação por tempo indeterminado a partir de 1º de abril.

Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 19,9% e as negociações com a direção da instituição não avançaram.

Nos últimos dias, a categoria realizou uma série de protestos com paralisações pontuais, o que começou a gerar problema na coleta e divulgação de indicadores e dados financeiros.

A pesquisa semanal Focus, realizada pelo BC, por exemplo, está sendo divulgada com 90 minutos de atraso. Mais cedo, o BC informou que as notas mensais do setor externo, crédito e contas fiscais – que deveriam ser publicadas nesta semana – não serão divulgadas, sem nova data.

Fabio Faiad, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), disse ao CNN Brasil Business que “todos os setores do banco podem ser prejudicados” com a paralisação por tempo indeterminado.

Ele explicou que representantes dos servidores vão se reunir com a direção do BC para discutir os serviços essenciais que serão protegidos durante a greve.

Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, informou que a instituição tem planos de contingência em caso de uma greve. “Respeito o direito dos funcionários. Eu sei que eles têm um enorme senso de responsabilidade e que temos esquemas de contingência caso algo mais severo aconteça”, disse durante entrevista do Relatório Trimestral de Inflação.

Campos Neto desistiu de participar de um evento em Campo Mourão (PR) nesta segunda-feira para acompanhar de perto a mobilização dos servidores da autarquia.

Diante do risco de paralisação total das atividades, Campos Neto se reuniu com representantes dos servidores na noite de sábado (26). Os trabalhadores do BC cobraram dele um posicionamento do governo sobre a possibilidade de reajuste salarial.

Os servidores do BC já vinham fazendo paralisações diárias de quatro horas, das 14 horas às 18 horas, desde 17 de março.

Em nota, o Banco Central disse nesta terça-feira (29) que “reconhece o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas; confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a Instituição e com a sociedade” e que “tem planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR, Pix, Selic, entre outros”.

De: Redação / Fonte: Cnn

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